Na terminologia habitual da história das religiões, sincretismo designa a fusão de duas ou mais religiões, de dois ou mais cultos uma só formação religiosa ou cultural.O termo aparece em Plutarco, significando o acordo que as cidades de Creta costumavam realizar quando tinham de resisitir a um inimigo exterior. No século XVI, foi empregado por Erasmo, que, numa carta a Melanchthon (Corpus reformatorum),manisfestou o desejo de que, em face dos perigos a que o rigorismo da Reforma e a reação católica expunham o trabalho dos humanistas, viessem estes a confederar-se imitando os cretenses.
Com o tempo, o termo 'sincretismo' perdeu sua significação primitiva de acordo ou concórdia, para adotar a de fusão, designando a conciliação de tendências opostas: entre católicos e partidários da reforma; entre as diferentes divisões dos próprios adeptos da Igreja reformada; ou,no domínio da filosofia (da teologia,na realidade), entre aristotélicos e platonianos. A partir do século XIX, a história das religiões utilizou a palavra sobretudo no sentido pejorativo, para designar manisfestações religiosas híbridas, impuras, derivadas da combinação de diversas religiões, correspondendo a um estágio de decadência, isto é à incapacidade de certas religiões de subsistir dentro do rigor de suas formas constitutivas. O período da história durante o qual se observa os exemplosmais notáveis de sincretismo é o helenístico romano, entendido, do ponto de vista religioso, como uma abertura do Ocidente às civilizações orientais.
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